23.8.08

Sobre Churchill

E o que dizer de Winston Churchill, afinal?

O que mais se diz dele é que foi o principal obstáculo entre Hitler e a dominação germânica do mundo. De fato, as divisões militares alemãs eram tão imbatíveis, ao final dos anos 1930, que bastaram 3 meses para a rendição da França. Seria absolutamente compreensível se a Inglaterra também tivesse cedido a algum tipo de paz negociada com os alemães.


Mas os ingleses resistiram, e resistiram sozinhos por dois longos anos, entre 1940 e 1941, já que os Estados Unidos estavam totalmente contrários à idéia de um engajamento militar nos “assuntos europeus”. Essa incrível resistência inglesa, contudo, só foi possível graças à tenacidade e à liderança pessoal de Churchill, que animava o espírito da nação por meio de discursos no rádio – novidade tecnológica da época.


Ele não foi, entretanto, apenas um líder fantástico durante a guerra, mas também um político de grande sucesso em tempos de paz, tendo permanecido 62 anos no Parlamento inglês e ocupado vários ministérios ao longo da vida.
E não pára por aí: foi militar, quando jovem. Percorreu, como correspondente de jornal e oficial de cavalaria, várias frentes de batalha, no início do século XX, quando o Império Britânico enfrentava rebeliões nas mais remotas regiões do globo. Foi prisioneiro de guerra, após luta heróica, durante a Guerra dos Boers, na África do Sul. Fugiu da prisão e voltou famoso à Inglaterra, com 25 anos de idade e 3 livros publicados.

Talvez nesse ponto a personalidade de Churchill comece a causar maior espanto ainda, por conta da enorme capacidade de discursar e escrever muito, e muito bem! Basta dizer que foi prêmio Nobel de Literatura, em 1952. Além do singelo fato de ser um apaixonado e profícuo pintor nas horas vagas.


Isso tudo, porém, não significa que tenha sido um ser humano perfeito. Nascido em berço aristocrático, era arrogante em muitas situações, ainda que sinceramente preocupado com as “classes inferiores”, tão numerosas na Inglaterra da primeira metade do século XX. Era dominador, impetuoso, teimoso. Um dos grandes méritos do livro de Jenkins é mostrar, com naturalidade, também o lado ruim da figura de Churchill.


Mas a auto-confiança inabalável, a capacidade de trabalhar incansavelmente sob quaisquer condições, a energia interna inesgotável e o toque de gênio, quase sempre evidente nele, fazem Churchill absolutamente admirável.


E se depois disso tudo que disse você ainda ficou com gostinho de quero mais, leitor curioso, então é o caso de ler o livro você também. Certamente não se arrependerá do tempo empregado!


É isso aí. E volto em breve para comentar outros livros e algumas cositas mais.

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