23.7.11

O aeroporto de Frankfurt

A primeira surpresa ao chegar em Frankfurt se deu ainda no céu. A imagem que eu tinha da Alemanha, um país altamente moderno e industrializado, entrou em choque com o mar verde de florestas que precederam o pouso nessa importante cidade alemã.

Inocência minha, eu sei, mas não imaginava encontrar um tapete verde assim tão amplo e bem conservado como aquele que vi. Boa surpresa. É possível, sim, pensei, combinar alto grau de desenvolvimento com respeito à natureza.

O segundo ponto a destacar não foi exatamente uma novidade, mas sim uma confirmação: a pista de pouso possuia uma extensão tão grande, que tive a nítida sensação de continuar voando mesmo quando as rodas do Airbus já tinham tocado o solo. A consequência é que os pousos em Frankfurt, mesmo para aviões muito grandes, são provavelmente sempre suaves, dado o enorme espaço disponível para desaceleração.

Uma vez em terra, surpreendi-me novamente com o tamanho do aeroporto. É simplesmente gigantesco. Não foi pequeno o percurso até alcançarmos a área de desembarque.

Ao descer do avião, tive de deixar a área de embarque, pois minha conexão se daria em outro setor. Foi então que tive mais um choque, com a quantidade surpreendente de lojas. De todos os tipos. Para os mais diversos gostos. Inclusive supermercado, onde comprei alguns itens.

Depois de passear por diversas lojas, parecia que aviões eram artigos supérfluos para esse enorme shopping center.

Devo notar que abaixo do solo havia 3 níveis, incluíndo aí estações de trens e metrôs que ligam o aerporto ao centro de Frankfurt. Uma “baita” estrutura, de dar inveja a qualquer aeroporto do Brasil.

O ponto baixo, contudo, foi o acesso à internet. Apesar de enxergar uma rede ‘free public wi-fi’, não consegui acesso a ela. Mais tarde ouvi de um colega que bastaria pedir pelo acesso. De qualquer modo, não foi conforme minha expectativa, de que bastaria ligar o computador e pronto.

O balanço final é que, apesar de muito melhor em termos de infra-estrutura física, mesmo em Frankfurt não se tem acesso à internet de maneira fácil. Que tal se pudéssemos estar à frente dos alemães pelo menos nesse quesito, nos nossos aeroportos brasileiros? Sonhar não custa nada.

Obs: Galeão, principal aeroporto do destino turístico mais visitado do Hemisfério Sul, possui 1/3 da área do aeroporto de Frankfurt, que é o mais movimentado da Alemanha e o terceiro da Europa.

18.7.11

Galeão, sem internet grátis

O mês é Junho. O ano é 2011. O aeroporto é o Internacional Tom Jobim, ou simplesmente Galeão. A área de embarque é internacional.

E a internet wi-fi grátis é inexistente!

Não foi pequena a minha surpresa ao descobrir que não poderia ver meus emails, nem ler notícias, enquanto esperava para embarcar.

Ora, somando o atraso do voo, foram pelo menos 3 horas sem poder usar a internet. E olha que a taxa de embarque é de 67 reais!

Pela quantidade de passageiros circulando, em um dia e horário que certamente não é dos mais movimentados, pode-se supor que a renda gerada por tal taxa é consideravelmente alta.

Mas não parece retornar em benefício dos que a pagam.

E não só pela ausência da internet grátis. Visitei 3 banheiros durante a minha espera. Nenhum deles estava limpo. Nenhum era espaçoso. Nenhum tinha lugar adequado onde eu pudesse deixar minha mochila enquanto usava o toilet.

Agora, sigo para o aeroporto de Frankfurt. Boa ocasião para comparar.

Não sou dos que acham que tudo no exterior é melhor do que no Brasil. Pensar assim é pensar errado. Somos bons em muitas áreas. Nem vou dar exemplos para não desviar o foco.

Mas em termos de infra-estrutura, aeroportos, portos, metrôs, trens, tudo isso que é essencial para que circulem pessoas e bens, nisso estamos visivelmente aquém do necessário.

E aí cabe uma autocrítica não complacente, e uma grande humildade e disposição para aprender com aqueles que fazem isso melhor do que nós.

E, parafraseando um gerente numa citação feliz: "Quem acorda tarde tem que trotar o dia inteiro". Senão, fica para trás.

11.7.11

Empreendedorismo - parte 3

Sobre as mencionadas habilidades que um empreendedor deve possuir, não sei se poderia tratar de todas elas aqui. Há sempre o risco de se ignorar algum ponto importante, quer por esquecimento, quer por inexperiência.

De qualquer modo, nunca é fácil ser empreendedor. Como nunca é fácil aprender e dominar novos assuntos e novas práticas.

Em qualquer ramo de atividade humana, a capacidade de realizar depende de esforços por dominar assuntos e assumir comportamentos que não são naturais.

Quando penso no empreendedor, penso em alguém que conscientemente fez um esforço de superação no sentido de se tornar apto a realizar coisas. Note que não penso em um empreendedor picareta, penso em alguém que seja ou busque seriamente a excelência.

Para tanto, uma primeira característica é fundamental (e talvez a pedra de toque para diferenciar os sérios dos picaretas): um grande realismo.

Não é trivial encontrar pessoas que olham para o mundo para enxergá-lo como ele é, e não como gostariam que ele fosse. Esse comportamento, que é muito simples de ser dito, não é muito simples de ser encontrado. Mas é imprescindível para um empreendedor de excelência.

O mercado e o debate de idéias tendem a não tolerar os pouco realistas. Há exceções, mas lembre-se que estamos falando de excelência.

Se você conhecer (como eu conheço) empreendedores picaretas que tenham sucesso econômico, não se surpreenda, e nem refute o que afirmo acima. O sucesso financeiro pode muito bem alcançar um empreendedor pouco realista e pouco excelente, mas é um sucesso que, na minha opinião, não vale a pena. Não realiza nem o empreendedor, nem os que trabalham com ele.

Por isso menciono a palavra excelência e não a palavra sucesso para definir o tipo de empreendedor desejável. E, para relacionar com algo que discutimos anteriormente, quanto maior a excelência, maior o grau de ‘nobreza’ de um dado empreendedor.