29.11.09

Omelete de idéias

Que as sociedades contemporâneas vivem uma “Era da Informação”, poucas pessoas discordariam. Prova disso é que novas maneiras de organizar e distribuir informações são criadas a cada dia, sobretudo por meio da maior invenção humana dos últimos séculos: a Internet.

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Devido ao dinamismo da Internet, e à espetacular capacidade de processamento dos computadores modernos, muitos previram que o livro, como fonte primordial de conhecimento, estava com seus dias contados.

Ledo engano.

Apesar de todo burburinho das novas tecnologias, ainda não se criou maneira mais eficaz de absorver idéias sofisticadas.

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Há, contudo, um dilema, intrínseco às diferenças entre o mundo da tecnologia moderna e o mundo da leitura. O dilema é que o ‘tempo’ da leitura continua sendo o mesmo que um ser humano percebia nos séculos que nos precederam; ao passo que o ‘tempo’ da informação via computador-internet é muito mais rápido.

Se esse aceleramento deslumbra os que possuem uma mente curiosa, também chega a enfadar a todos pela multiplicidade de opções, formas, cores e conteúdos.

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No meio disso tudo, como esperar que as novas gerações se debrussem sobre os bons e velhos livros para adquirir algo que, apesar de parecer que sim, não lhes pode ser ofertado de outra forma?

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Talvez só por meio de um pesado “marketing”, que convença aqueles que ‘não gostam de ler’ que não há outra forma de se realmente adquirir algum conhecimento científico mais complexo que não envolva boas horas de “bumbum na cadeira”.

Claro que a Internet pode ser uma poderosa aliada na batalha do conhecimento. Mas, como todo aliado, não poderá ganhar a guerra sozinha por nós.


19.11.09

Visualizing empires decline

This video was referred to me by my friend Daniel Machado.
I found it very interesting!
All possible ways of animating complex stuff seems to me a great opportunity to see things in completely new perspectives. And the video bellow is simply great on achieving that.
Congrats to the creators.

18.11.09

Reflexão.

Há algumas regras de vida que são muito simples. Tão simples, que chegam a ser intrigantes dentro de sua lógica cristalina, inegável, inignorável (se me permite aqui um neologismo).

Uma dessas regras é a que se poderia chamar “do superávit”. Sempre a observo em dois aspectos centrais da existência humana: comida e dinheiro.

Se ingerirmos mais calorias por meio da alimentação do que consumimos por meio das atividades do dia-a-dia, engordaremos. O oposto também ocorre.

Se, a cada mês, gastarmos mais do que recebemos como renda, iremos empobrecer. O contrário é igualmente verdadeiro.

Mas quando se trata do conhecimento humano, parece que a regra é muitas vezes subvertida. Tenho visto muitos que não “ingerem” conhecimentos numa base regular, e querem, não obstante, “ensinar” o que não aprenderam. São mestres daquilo que ignoram.

Se isso ocorre, contudo, pelo menos parte da culpa recai sobre os que mais ingerem do que expelem. Aqueles que acumulam conhecimentos e não sabem como se impor nas dialéticas do cotidiano.

Enquanto os “superavitários do conhecimento” não souberem se impor nas escolas, nos empresas e na política, a sociedade permanecerá refém da ignorância ilustrada.

Porque, como disse o grande Martin Luther King:

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”