E
o outro lado desse fenômeno é crer que países desenvolvidos, sobretudo na
América do Norte e Europa, são melhores do que o Brasil em tudo.
O
ponto central desse erro de raciocínio é a extrapolação que fazemos, às vezes
até sem querer, da comparação de pontos específicos para o caso geral.
Desde
que comecei a viajar para o primeiro mundo pela primeira vez, há 3 anos, pude
começar a pontuar onde as diferenças realmente estavam. E, agora, tendo vivido
um ano no país que há tempos ocupa o topo do ranking de melhor IDH do mundo, creio
que consigo diferenciar ainda melhor os atributos que fazem um país
desenvolvido melhor e, principalmente, os problemas que mesmo uma sociedade
“avançada” enfrenta.
Pois,
sim, há problemas mesmo no rico e igualitário Reino da Noruega. E, não,
dinheiro e igualdade de oportunidades não resolvem tudo.
O
primeiro susto ao ler os jornais noruegueses quando cheguei (com ajuda do
Google Translator, claro), foi notar que há um alto grau de incidência de
estupros em Oslo, e mesmo em diversas outras cidades norueguesas. Pelo site da
polícia de Oslo é possível comprovar que foram 213 casos de estupro reportados
na cidade em 2011, mais 43 tentativas.
Esse
número é absurdo para uma cidade de padrão tão elevado como essa, e considerando
que a população é de apenas 600 mil habitantes.
Mas
a alta incidência de violência sexual tem ligação direta, segundo declarações
da própria polícia, com o alto consumo de bebidas alcoólicas por jovens. Muitos
jovens bebem bem além do ponto de auto-controle, incluindo aí as moças, que se
tornam então presas fáceis para estupradores.
Aliás,
muitos dos estupradores são de origem não-norueguesa, e não-ocidental, e aí se
chega ao desafio seguinte: o da imigração. Claro que a imigração traz benefícios
para o país, mas uma mudança significativa na base populacional em curto espaço
de tempo (últimos 25 anos) trouxe turbulências para uma sociedade antes tão
homogênea.
Esses
pontos já são suficientes para mostrar que nem tudo é perfeito por aqui. Há
outros ainda. Mas paro por enquanto. E até breve.
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