Há algumas regras de vida que são muito simples. Tão simples, que chegam a ser intrigantes dentro de sua lógica cristalina, inegável, inignorável (se me permite aqui um neologismo).
Uma dessas regras é a que se poderia chamar “do superávit”. Sempre a observo em dois aspectos centrais da existência humana: comida e dinheiro.
Se ingerirmos mais calorias por meio da alimentação do que consumimos por meio das atividades do dia-a-dia, engordaremos. O oposto também ocorre.
Se, a cada mês, gastarmos mais do que recebemos como renda, iremos empobrecer. O contrário é igualmente verdadeiro.
Mas quando se trata do conhecimento humano, parece que a regra é muitas vezes subvertida. Tenho visto muitos que não “ingerem” conhecimentos numa base regular, e querem, não obstante, “ensinar” o que não aprenderam. São mestres daquilo que ignoram.
Se isso ocorre, contudo, pelo menos parte da culpa recai sobre os que mais ingerem do que expelem. Aqueles que acumulam conhecimentos e não sabem como se impor nas dialéticas do cotidiano.
Enquanto os “superavitários do conhecimento” não souberem se impor nas escolas, nos empresas e na política, a sociedade permanecerá refém da ignorância ilustrada.
Porque, como disse o grande Martin Luther King:
“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”
1 comment:
Muito interessante essa reflexão... A quem será que você está se referindo? Será alguém que encontrou hoje? Bom, fica aqui a interrogação! Eu só sei que muitas vezes perco a oportunidade de falar... Continue sempre escrevendo e me fazendo pensar... Beijos,
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