Pétalas de cristal fino,
Pequenos insetos de cores diversas,
Plaquetas aos milhões invisíveis,
Plácidos tecidos microscópicos,
Pontes sinápticas absurdas,
instante que não se repete igual.
Tudo que de mais melífluo apieda o homem,
Tudo que de mais instantâneo surge e logo se esvai,
Todos os sentimentos inconstantes que não alcançam a próxima manhã,
Toda a precariedade me tomou de súbido.
E eu, que não cesso de agarrar-me aos trapos
do que me resta de coerência,
vi-me à beira do abismo,
do caos.
Mas a escuridão, numa guinada surpreendente,
afastou-se bem mais depressa do que chegara.
E tudo voltou a ser como antes.
F.I.S.
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