
Talvez escreva um resumo sobre ele depois. Por ora, quero apenas comentar uma passagem curiosa. Lá pela página 290, Faoro discute a questão do desperdício na corte de D. João VI (o que chegou ao Brasil fugido de Portugal, em 1808). Para exemplificar esse desperdício, o autor elenca os itens da “ração diária” de uma das criadas do palácio real. Reproduzo aqui os tais itens, em unidades equivalentes às que usamos hoje:
- 3 galinhas
- 4,5 Kg de carne de vaca
- 230 g de presunto
- 2 chouriços
- 2,7 Kg de carne de porco
- 2,3 Kg de pão (!!)
- 230 g de manteiga (que era muito escassa nessa época)
- 2 garrafas de vinho
- 450 g de vela
- 450 g de açúcar
- quantidade não especificada de café, frutas, massas e folhados, legumes, azeites e outros temperos.
Impressionante, não?? Se fosse nos dias de hoje já soaria absurda essa tal “ração diária”, agora imagine conseguir isso tudo em 1818 (ano desse relato), num país que produzia basicamente açúcar, algodão, fumo, couros e um pouco de café! O resto eram lavouras de subsistência ou itens importados.
Bom, nada mais a dizer. Apenas que deve ter sido um ótimo emprego esse de “aia” [espécie de babá] lá pelos anos de 1810, na corte do Rei D. João.
1 comment:
Está explicada a origem do funcionalismo público no Brasil...
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